Afirmar que a configuração do UUCP é difícil pode ser uma questão de falta de entendimento. Este é um tema polêmico, porém é inegável que alguns formatos complexos de arquivos de configuração não tornam as coisas mais simples (apesar dos formatos de arquivos Taylor serem simples se comparados aos antigos formatos HDB ou Versão 2).
Para fornecer um sentimento de como estes arquivos interagem, apresentaremos os mais importantes e alguns exemplos. Não explicaremos detalhadamente cada um deles, onde uma descrição mais aprofundada será apresentada nas seções posteriores a seguir. Caso se deseje configurar uma máquina com UUCP, o melhor caminho será começar pelos arquivos de exemplos, adaptando-os gradualmente. Pode-se escolher entre os apresentados abaixo e aqueles incluídos na sua distribuição .
Todos os arquivos descritos nesta seção são mantidos em /usr/lib/uucp ou em um subdiretório específico. Algumas distribuições específicas contém os binários UUCP que suportam tanto os arquivos de configuração HBD como o formato Taylor, e usam diferentes subdiretórios para cada conjunto de arquivos de configuração. Normalmente haverá um arquivo README no diretório /usr/lib/uucp.
Para que o UUCP funcione adequadamente, estes arquivos devem ter como dono o usuário uucp. Alguns deles contém senhas e números de telefones e adicionalmente têm as permissões configuradas em 600.12.5
O arquivo principal de configuração é denominado /usr/lib/uucp/config e é usado para a configuração dos parâmetros gerais. O mais importante deles (e por enquanto o único) é o nome da máquina UUCP local. Como na Cervejaria Virtual, eles usam aracaju como o caminho padrão do UUCP teremos o seguinte:
O próximo arquivo de configuração é denominado sys. Ele contém todas as informações específicas dos sites com os quais as conexões serão estabelecidas. Isso inclui o nome do site, informações da conexão, como número do telefone ao se usar uma conexão via modem, etc. Uma entrada típica para uma conexão com o site chamado parintins tem o seguinte formato:
A palavra chave port indica a porta que será usada e time especifica o horário em que a conexão pode ser estabelecida. chat descreve os programas de conversação de acesso - a seqüência de caracteres que deve ser trocada para permitir que o uucico acesse a máquina parintins. Retornaremos ao programa de conversação posteriormente. O comando port não contém o nome de um arquivo especial de dispositivo como /dev/cua1, mas sim o nome de uma entrada do arquivo port. Pode-se definir os nomes das portas da forma que se queira, desde que eles estejam presentes no arquivo port.
O arquivo port mantém informações específicas sobre a conexão. Para ligações via modem, ele descreve o arquivo especial de dispositivos a ser usado, a faixa de velocidade suportada e o tipo de discagem do equipamento conectado à porta. A entrada abaixo descreve a porta /dev/cua1 (também conhecida como COM 2), na qual um modem US Robotics está conectado e é capaz de chegar a velocidades de até 38400bps. O nome da entrada foi escolhido para coincidir com o nome da porta definida no arquivo sys.
As informações pertinentes às discagens são mantidas em outro arquivo, chamado - dial. Para cada tipo de discagem ele contém basicamente a seqüência dos comandos necessários, exceto o número do telefone. Novamente isso é especificado como um programa de conversação. Por exemplo uma entrada para o arquivo acima poderia ter o seguinte conteúdo:
A linha começando com a palavra chat especifica uma conversação com o modem, a qual na verdade é uma seqüência de comandos enviados e recebidos do modem, para inicializá-lo e fazer com que ele disque para o número indicado. A expressão ``T'' será substituída pelo número do telefone pelo programa uucico.
Para ter-se uma idéia de como o programa uucico lida com estes arquivos de configuração, vamos assumir que foi executado o seguinte comando:
na linha de comando. A primeira ação de uucico será procurar a máquina parintins no arquivo sys. A partir de uma entrada para parintins neste arquivo, ele verificará que deverá utilizar a porta de nome serial1 para estabelecer a conexão. Este nome por sua vez indica que esta é uma porta que tem um modem UsRobotics conectado a ela.
uucico pesquisará agora o arquivo dial por uma entrada descrevendo o modem usrobotics e após encontrá-la, abrirá o arquivo da porta serial /dev/cua1 e executará o programa de conversação. Este por sua vez enviará a expressão ``ATZ'', aguarda ``OK'' como resposta, etc. Ao encontrar a expressão ``T'', a substituirá pelo número de telefone (123-456) extraído do arquivo de configuração sys.
Após o modem retornar a expressão CONNECT, a conexão estará estabelecida e o programa de conversação do modem estará concluído. uucico agora retorna ao programa sys e executa a conversação de acesso ao sistema. No nosso exemplo, ele aguardará o indicativo ``login:'', enviando a seguir o nome de usuário (aracaju), aguardará pela expressão ``password:'', e enviará a senha, ``pororoca''.
Após completar a autorização, o ponto remoto inicia a execução de seu próprio programa uucico. Ambos irão entrar na fase de negociação descrita na seção anterior.
A forma como os arquivos de configuração dependem uns dos outros é descrito na figura .