Servidores IP de acesso discado freqüentemente oferecem serviço SLIP através de contas especiais para os usuários. Após conectar-se com tal conta, o usuário ainda não tem acesso a um ambiente usual de um interpretador de comandos. Ao invés disso, um programa é executado para habilitar o programa do protocolo SLIP do servidor para a linha serial e configurar a interface de rede apropriada. O mesmo deve ser feito no lado local da conexão. Em alguns sistemas operacionais, o protocolo SLIP é um programa de usuário, no , ele é parte integrante do kernel, o que o torna bem mais rápido. Porém isto exige que a linha serial seja convertida para o modo SLIP de forma explícita. Isto é feito por meios de regras de funcionamento especiais para a linha tty, denominadas SLIPDISC. Enquanto um terminal normal (tty) utilizar regras de funcionamento usuais (DISC0), ele irá trocar dados apenas com processos de usuários, usando as chamadas normais read(2) e write(2). Porém o programa de controle do SLIP é incapaz de escrever em um terminal tty ou ler diretamente de um tty, já que todos os dados oriundos da porta serial serão passados diretamente para o programa de controle do SLIP.
O programa de controle do SLIP entende um grande número de variações no protocolo SLIP. Além do SLIP normal, ele compreende ainda o CSLIP, o qual executa a chamada compressão de cabeçalho de Van Jacobson para compressão de pacotes IP enviados.7.1 Isso aumenta notavelmente a performance em sessões interativas. Adicionalmente, há versões de seis bits para cada um desses protocolos.
Uma maneira simples de converter uma linha serial para o modo SLIP é usando a ferramenta slattach. Considerando-se que se tenha um modem em /dev/cua3 e se tenha conectado a um servidor SLIP com sucesso. Deve-se então executar:
Isto irá trocar o modo de funcionamento da linha de cua3 para SLIPDISC, e irá conectá-la a uma das interfaces de rede SLIP. Caso esta seja a primeira conexão SLIP ativa, a linha será conectada a sl0; o segundo será anexado a sl1, e assim sucessivamente.
O encapsulamento padrão escolhido por slattach é o CSLIP. É possível escolher qualquer outro modo usando a opção -p. Para usar o protocolo SLIP (sem compressão), deve-se usar:
Outras opções são cslip, slip6, cslip6 (para a versão de seis bits do SLIP) e a opção adaptive para SLIP adaptativo. As versões mais atuais deixam que o kernel descubra que tipo de encapsulamento SLIP o usuário remoto está utilizando.
Note que é necessário utilizar o mesmo encapsulamento que a outra ponta da ligação. Por exemplo, se a máquina atibaia usa CSLIP, deve-se também usá-lo. Os sintomas de um conflito podem ser detectados através de um comando ping para uma máquina remota que nunca retorna uma resposta. Se a outra máquina responder, ainda assim podem ser recebidas mensagens como ``Não foi possível construir o cabeçalho ICMP''. Uma maneira de evitar essas dificuldades é usar SLIP adaptativo.
De fato, slattach não apenas permite habilitar o SLIP, mas também outros protocolos que usam a linha serial da mesma maneira, como por exemplo PPP ou KISS (outro protocolo utilizado por usuários de rádio amador). Para maiores detalhes, por favor refira-se a página do manual slattach(8).
Após transferir a linha para o programa de controle do SLIP, é preciso configurar a interface de rede. Novamente, faremos isso usando os comandos ifconfig e route. Assumindo-se que a partir de aracaju, discamos para um servidor chamado aquitemslip. Pode-se então executar:
O primeiro comando configura a interface como uma conexão ponto a ponto para aquitemslip, enquanto que o segundo e terceiro adicionam a rota para aquitemslip e a rota padrão usando aquitemslip como um caminho padrão.
Para desconectar uma conexão SLIP, deve-se primeiro remover todas as rotas relacionadas com a máquina aquitemslip, usando os programas route com a opção del, após deve-se desativar a interface e enviar para o programa slattach o sinal de desconexão. Em outras palavras, é necessário desconectar o modem usando o programa de terminal novamente: