A interface fantasma é realmente um pouco exótica, contudo bastante útil. Sua principal aplicação se dá em máquinas isoladas ou naquelas onde a conexão IP de rede somente é realizada através de uma conexão discada. Na verdade, estas últimas também são máquinas isoladas na maior parte do tempo.
A questão com máquinas isoladas é que estas possuem um único dispositivo ativo de rede, o dispositivo local de rede, que é geralmente definido como endereço 127.0.0.1. Em algumas ocasiões, no entanto, pode ser necessário enviar dados através do endereço IP ``oficial'' da máquina. Por exemplo, considerando o portátil itatiaia, que foi desconectado da rede neste exemplo e supondo-se que uma aplicação da máquina itatiaia queira agora enviar algum dado para uma aplicação no servidor. A pesquisa da máquina itatiaia no arquivo /etc/hosts resulta no endereço IP 191.72.1.65, fazendo com que a aplicação tente enviar dados para este endereço. Como a interface local de rede está geralmente ativa somente ao nível da própria máquina, o kernel não tem idéia de que este endereço se refere na verdade a ELE mesmo! Como conseqüência o kernel ignora o datagrama e retorna um erro para a aplicação.
Este é o lugar onde o dispositivo fantasma atua. Ele resolve o dilema simplesmente servindo como ``alter ego'' da interface local de rede. No caso da máquina itatiaia, pode-se simplesmente indicar para a interface o endereço 191.72.1.65 e acrescentar um apontador de rota de máquina para ele. Todo datagrama para 191.72.1.65 será então entregue localmente. A forma correta de configurar esta situação é: