Ao receber uma mensagem, smail inicialmente verifica se ela é destina à rede local ou a um sistema remoto. Caso o destino seja uma das máquinas configuradas no arquivo config, esta será enviada para o módulo de transporte. Caso contrário smail utiliza um dos programas de controle de roteamento para descobrir qual a máquina que deve receber a mensagem. Isso pode ser descrito no arquivo routers, e caso este arquivo não exista, um conjunto de roteadores padrão será utilizado.
A máquina de destino é enviada para todos os roteadores e aquele que encontrar a rota mais específica é selecionado. Considerando-se uma mensagem endereçada para e que um roteador conheça a rota padrão para todas as máquinas no domínio caravelas.com.es, enquanto outro tem a informação da rota direta para a máquina ssmaria.caravelas.com.es. Como o segundo tem informações mais específicas, este será escolhido em detrimento do primeiro. Caso haja dois roteadores que forneçam os melhores resultados de forma idêntica, o que tiver sido encontrado em primeiro lugar no arquivo routers será escolhido.
A seguir, o roteador especifica o transporte que será utilizado, por exemplo UUCP e gera o novo endereço de destino. O novo endereço é passado para o transporte juntamente com a máquina para a qual a mensagem deve ser enviada. No exemplo acima, smail poderá descobrir que o caminho para ssmaria.caravelas.com.es pode ser atingido via UUCP através do caminho . Ele então irá gerar uma destinação igual a e indicará para o UUCP que use este endereço de envelope a ser passado para a máquina recife.
Ao se utilizar a configuração padrão, os seguintes roteadores estarão disponíveis:
smail reconhece também endereços IP em formato decimal e separado por pontos como endereços válidos, desde que eles possam ser resolvidos pela função gethostbyaddr(3). Por exemplo, poderia ser um endereço válido, apesar de pouco usual, para o usuário amelia em quark.fisica.pantanal.edu.br.
Caso a máquina esteja conectada a Internet, estes roteadores não atenderão às necessidades, uma vez que não suportam os registros MX. Veja a seguir o que fazer nestes casos.
Estes padrões funcionam para as configurações mais simples, mas podem falhar quando os requisitos de roteamento forem mais complexos. Caso este seja o seu caso, será necessária a instalação de roteadores próprios em substituição aos padrões. Um exemplo do arquivo routers pode ser encontrado no apêndice ![[*]](cross_ref_motif.gif)
. Algumas distribuições também vêm com alguns arquivos de configuração que podem ser um bom ponto de partida nestes casos.
Provavelmente os piores problemas surgem quando uma máquina está em dois universos simultaneamente com discagens IP e conexões UUCP. Deve-se ter os nomes das máquinas no arquivo hosts, o qual será acionado ocasionalmente nas conexões SLIP e o programa smail irá tentar entregar as mensagens para qualquer uma dessas máquinas via SMTP. Isso não é o que usualmente se quer, uma vez que a conexão SLIP não é ativada regularmente e SMTP é muito mais lento do que o envio via UUCP. Com a configuração padrão, não há como escapar do smail.
Pode-se evitar este problema fazendo com que smail verifique o arquivo paths antes de questionar o resolvedor e colocando todas as máquinas neste arquivo para forçar o envio via UUCP. Caso não se deseje que nenhuma mensagem SMTP seja enviada para aquelas máquinas, pode-se comentá-las nos roteadores.
Outro problema na configuração padrão é que ela não provê roteamento para mensagens Internet, uma vez que o roteador não avalia os registros MX. Para habilitar suporte completo a roteamento de mensagens Internet comente os roteadores definidos e utilize um que use o BIND. De qualquer forma, há binários smail incluídos em algumas distribuições que não tem suporte a BIND compilado. Caso se habilite o BIND, mas se obtenha uma mensagem no arquivo paniclog dizendo ``roteador inet_hosts: programa de controle do bind não localizado'', então será necessário obter os fontes do smail e recompilá-los (veja a seção acima).
Finalmente, é importante frisar que não é uma boa idéia usar o programa de controle uuname. Primeiro porque ele irá gerar mensagens de erro quando o UUCP não estiver instalado, uma vez que o comando uuname não será localizado. Em segundo lugar, podem existir mais sites listados no arquivo Systems do UUCP, dos que os que realmente executam a troca de mensagens com a máquina atual, como por exemplo, troca exclusivamente de notícias, ou sites com o qual se fazem conexões anônimas ocasionais.
Para prevenir o primeiro problema, pode-se substituir o comando uuname por um pequeno programa que simplesmente execute exit 0. A solução mais genérica e definitiva, é editar o arquivo routers e remover a sua indicação.