Configurar um cliente SLIP foi a parte mais difícil. Fazer o contrário, tornando uma máquina um servidor SLIP é muito mais simples.
Uma forma de fazer isso é utilizar o programa dip no modo servidor, o que pode ser feito através de sua execução como diplogin. O arquivo de configuração é denominado /etc/diphosts, o qual associa nomes de acesso com endereços definidos para a máquina. Alternativamente, pode-se usar ainda o sliplogin, uma ferramenta derivada do BSD, com um conjunto de funcionalidades mais flexíveis, que permitem a execução de programas estando as máquinas conectadas ou não.
Ambos os programas requerem a criação de uma conta de acesso para cada cliente SLIP. Por exemplo, para criar uma conta de acesso SLIP para um cliente denominado Roberto Azevedo na máquina canoas.cvirtual.com.br, deve-se criar um usuário chamado azevedo através da adição da seguinte linha ao arquivo /etc/passwd:
Após isso deve-se definir a senha do usuário azevedo através do utilitário passwd.
Agora, quando o usuário azevedo acessar o sistema, dip será iniciado no modo servidor. Para verificar se o usuário tem permissão de uso do SLIP, ele irá procurar pelo seu nome no arquivo /etc/diphosts. Este contém detalhes dos direitos de acesso e parâmetros de conexão para cada usuário SLIP. Uma entrada simples neste arquivo para o usuário azevedo pode ter o seguinte formato:
O primeiro campo separado por dois pontos é o nome da conta de acesso do usuário, a qual deve ser usada durante as conexões. O segundo campo pode conter uma senha adicional (veja abaixo), o terceiro é o nome ou o endereço IP da máquina do usuário. A seguir um campo de uso livre e o último campo contendo os parâmetros de conexão. Separados por vírgulas, temos ainda o protocolo a ser usado na conexão e a seguir o seu MTU.
Quando o usuário azevedo acessa o sistema, o programa diplogin extrai informações sobre ele no arquivo diphosts e, se o segundo campo não estiver vazio, solicita uma ``senha externa de segurança''. A informação digitada pelo usuário será comparada com a senha não cifrada do arquivo diphosts. Caso elas não coincidam, a tentativa de acesso será rejeitada.
Caso contrário, diplogin prosseguirá, acionando o modo SLIP na linha serial e configurará a interface e a rota. Esta conexão permanecerá estabelecida até que o usuário saia do sistema ou a ligação telefônica seja finalizada. Nestes casos diplogin retornará a linha ao seu modo normal e será encerrado.
O programa diplogin necessita de privilégios de superusuário para ser executado. Caso não se tenha um programa dip sendo executado via setuid root, pode-se criar o diplogin como uma cópia separada do programa dip ao invés de uma simples ligação simbólica. diplogin poderá então ser configurado através do setuid com segurança, sem afetar o status do programa dip.